A festa da páscoa tem dois significados tanto histórica como típica. A histórica apontava para libertação da escravidão do Egito, enquanto que a típica apontava para a futura libertação da escravidão do pecado quando, o “cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” morresse na cruz do cálvario.
Na aplicação histórica, a páscoa era uma festa destinada apenas ao povo judeu, enquanto que na típica, é aplicada não somente à eles, mas a todos os que aceitam Jesus como seu Salvador pessoal.
O cordeiro pascoal lembrava Cristo, que deveria derramar o seu sangue para nos salvar. As ervas amargas lembravam a amargura do cativeiro egípcio e a amargura dos sofrimentos de Cristo na Sua morte. Os lombos cobertos, os sapatos nos pés e o cajado na mão, significavam o preparo para partir para a terra prometida.
Para entendermos melhor o significado da páscoa na bíblia, vamos conhecer a história da páscoa no antigo testamento, o que realmente significa a palavra páscoa, o que Jesus ensinou sobre a páscoa no novo testamento, as passagens bíblicas que falam sobre a páscoa e a lição que podemos aprender com este estudo bíblico.
História da Páscoa no Antigo Testamento
No livro do Êxodo, capítulo 12, versículos 1 a 8, encontramos a história da instituição da Páscoa no Antigo Testamento. Esta história é fundamental para a compreensão do significado e da importância da Páscoa na tradição judaica. Aqui está um resumo dessa passagem:
O relato começa com Deus falando a Moisés e a Arão no Egito, instruindo-os sobre como o povo de Israel deveria celebrar a Páscoa. Deus declara que este será o primeiro mês do ano para eles, marcando o início de uma nova era de liberdade e redenção.
Deus dá instruções detalhadas sobre como selecionar um cordeiro ou cabrito sem defeito, um para cada família. Esse animal seria sacrificado ao entardecer do décimo quarto dia do mês, e o sangue seria aspergido nos umbrais e nas ombreiras das portas das casas onde o cordeiro fosse comido.
Os israelitas deveriam assar a carne do cordeiro no fogo e comê-la com ervas amargas e pães ázimos. Este era um ato de obediência e fé, marcando-os como o povo escolhido de Deus e simbolizando sua libertação iminente da escravidão no Egito.
Além disso, Deus instruiu o povo a comerem a refeição com as roupas vestidas, sandálias nos pés e cajados nas mãos, prontos para partir, pois essa seria a noite em que o Senhor passaria pela terra do Egito para ferir todos os primogênitos, tanto dos humanos quanto dos animais, mas pouparia as casas marcadas com o sangue do cordeiro pascal.
Assim, essa história do Antigo Testamento estabelece a instituição da Páscoa como uma festa de libertação e redenção para o povo de Israel, marcando o início de sua jornada para fora da escravidão e em direção à liberdade sob a proteção e orientação de Deus.
Qual é o verdadeiro significado da palavra Páscoa?
A palavra “Páscoa” tem raízes antigas e é de origem hebraica, “Pesach”, que significa “passagem” ou “passar por cima”. Originalmente, a Páscoa era uma festa religiosa judaica celebrada em comemoração à libertação do povo de Israel da escravidão no Egito, conforme descrito no Antigo Testamento da Bíblia.
Na tradição cristã, a Páscoa é a celebração da ressurreição de Jesus Cristo após sua crucificação, sendo uma das festas mais importantes do calendário cristão.
A ressurreição de Jesus é vista como uma passagem da morte para a vida. Simbolizando a vitória sobre o pecado e a morte. Assim, a Páscoa tem um profundo significado de renovação, esperança e vida nova para os cristãos.
A Páscoa no Novo Testamento
Quando Jesus comeu a Páscoa com seus discípulos, procurou mostrar-lhes que aquela festa teria o seu cumprimento com a Sua morte na cruz. Ele era o cordeiro Pascal e n’Ele se cumpriria a aplicação típica daquela festa que o povo judeu comemorava há 1500 anos.
Ao mesmo tempo em que Jesus estava mostrando aos Seus discípulos que aquela festa não precisava mais ser comemorada, Ele estabelecia outra festa para substituí-la: A festa da Ceia do Senhor.
A Santa Ceia, assim como a páscoa na bíblia, tem dupla aplicação: histórica e típica. A histórica nos lembra de que, na cruz do cálvario, Jesus morreu como nosso substituto, concedendo-nos através dela, o direito da vida eterna.
“Porque eu recebi do SENHOR o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” (1 Coríntios 11:23-26)
Já a aplicação típica da Santa ceia, aponta para o dia quando se cumprirá o que Ele prometeu:
“E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai.” (Mateus 26:29)
Jesus identificou “aquele dia” como o de Sua segunda vinda, quando disse aos Seus discípulos antes de deixá-los:
“NÃO se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” (João 14:1-3)
Esse dia logo vai chegar; por isso, “cinge os teus lombos, calça os teus sapatos”, porque “a nossa redenção se aproxima” (Lucas 21:28).
3 Versículos na Bíblia que falam sobre a Páscoa
1. Páscoa judaica
“E assim o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor. Porque naquela mesma noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e executarei juízos sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.” (Êxodo 12:11-14)
2. Preparação para a Páscoa durante a vida de Jesus:
“E, no primeiro dia da festa dos pães ázimos, aproximaram-se os discípulos de Jesus, dizendo-lhe: Onde queres que te preparemos a ceia da Páscoa? E ele disse: Ide à cidade a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa com os meus discípulos. E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a páscoa.” (Mateus 26:17-19)
3. Jesus institui a Ceia do Senhor, também conhecida como Última Ceia, durante a Páscoa:
“E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e com ele os apóstolos. E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça; Porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. E, tomando o cálice, e havendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; Porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o reino de Deus. E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós.” (Lucas 22:14-20)
Conclusão
Em conclusão, a celebração da Páscoa para os cristãos é uma expressão profunda de fé e esperança, centrada na ressurreição de Jesus Cristo.
Contudo, a principal lição que aprendemos aqui é que assim como o cordeiro pascal do Antigo Testamento simbolizava a libertação do povo de Israel da escravidão, Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Sua morte sacrificial e ressurreição não apenas inauguraram uma nova aliança entre Deus e a humanidade, mas também ofereceram a promessa da vida eterna para todos os que creem Nele.
Portanto, na Páscoa cristã, celebramos não apenas um evento histórico, mas a realidade viva de que nosso cordeiro pascal é Jesus Cristo e Nele encontramos a vida verdadeira e eterna.
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