Quando olhamos para a história de José filho de Jacó, também como conhecido como José do Egito, nosso coração se enche de alegria. Por mais que o início dessa trajetória começa com muitas lutas, provações, ciúmes, inveja, calúnias, o final é de vitória. De um escravo Deus o levantou como governador do Egito. Com isso, não nos resta dúvidas de que se permanecermos féis ao Senhor, Ele é fiel para cumprir tudo que nos prometeu.
Vamos agora, conhecer a biografia de José do Egito, sua história, as suas principais características e as lições preciosas que podemos aprender através desse estudo bíblico sobre José.
Quem foi José do Egito?
José foi o décimo primeiro filho de Jacó e o primeiro filho de Raquel, neto de Isaque e bisneto de Abraão. Nascido em Padã-Harã, quando Jacó tinha por volta de 90 anos de idade, considerado então o filho de sua velhice, aproximadamente seis anos antes de Jacó regressar a Canaã. De acordo com a Bíblia, ele foi o mais amado dentre os seus irmãos. Por esse motivo, José foi invejado por seus irmãos, filhos das outras mulheres de Jacó.
Qual o significado do nome José?
O nome “José” deriva do verbo hebraico “yasaph“, que significa “adicionar”. Daí vem o nome “Yoseph” (ou Yosephyâh), que significa “que Deus acrescentou filhos” ou “que Deus concedeu filhos”.
Aonde está registrada a história de José do Egito?
A história de José do Egito está registrada no livro de Gênesis, nos capítulos 37 a 50. É nesse trecho que encontramos os detalhes da vida de José, desde suas primeiras experiências até sua ascensão ao poder no Egito e reconciliação com sua família.
História de José
A história de José começa quando ele tinha apenas 17 anos de idade, sendo um jovem pastor pastoreando as ovelhas de seu pai, junto com seus irmãos. José era um filho diferenciado, ele trazia as más notícias de seus irmãos ao seu pai e com isso seus irmãos o odiavam.
Jacó, seu pai amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice, com sua tão amada esposa Raquel; e para piorar um pouquinho mais o ciúme e a inveja, Jacó fez-lhe uma túnica de várias cores e lhe deu de presente. Claro, seus irmãos passaram a lhe odiar ainda mais.
Além disso, José começou a ter sonhos significativos e um tanto emblemáticos, e José por ser ainda imaturo detalhava-lhes os sonhos. Que ao contar esses sonhos aos seus irmãos e ao seu pai, eles entendiam que isso implicava que eles, os irmãos de José, iriam se curvar diante dele. Isso apenas intensificou a inveja e o ressentimento dos irmãos em relação a ele.
Em um certo dia, Jacó enviou José para ver como estavam seus irmãos no campo. Ao avistá-lo de longe, os irmãos, consumidos pela inveja e pelo ciúme, tramaram inicialmente matá-lo. No entanto, um dos irmãos, Rúben, sugeriu lançá-lo em um poço vazio para que ele morresse lá. No entanto, uma intervenção divina ocorreu quando um grupo de mercadores ismaelitas passou pelo local. Os irmãos, vendo uma oportunidade, decidiram vendê-lo então como escravo ao Egito.
De escravo a governador
Após ser vendido como escravo pelos seus irmãos, José foi levado ao Egito, onde foi comprado por um oficial egípcio chamado Potifar. José serviu fielmente na casa de Potifar e, devido à sua habilidade e confiabilidade, acabou sendo colocado como administrador dos bens da casa.
Porém, a esposa de Potifar tentou seduzir José repetidamente. Quando ele recusou suas investidas, ela o acusou falsamente de tentativa de estupro, o que levou a sua prisão. Na prisão, José permaneceu fiel à Deus, interpretando sonhos. Ele interpretou os sonhos do copeiro-chefe e do padeiro-chefe do faraó, que estavam presos, e suas interpretações provaram-se corretas.
Dois anos depois, o faraó teve um sonho que o perturbou. Ele sonhou com sete vacas gordas sendo devoradas por sete vacas magras, e com sete espigas cheias sendo devoradas por sete espigas murchas. Nenhum dos conselheiros do faraó conseguiu interpretar o sonho, e foi então que o copeiro lembrou-se de José. Ele o recomendou ao faraó como alguém capaz de interpretar sonhos.
José foi trazido perante o faraó, e ele interpretou o sonho como sendo uma profecia de sete anos de abundância seguidos por sete anos de fome no Egito. Impressionado pela sabedoria de José, o faraó o nomeou como governador do Egito, encarregado de armazenar alimentos durante os anos de abundância para preparar o país para a fome iminente.
Durante os anos de fome, José administrava os suprimentos de comida com sabedoria, e a notícia de que o Egito tinha alimentos se espalhou por todo o mundo. Até mesmo os irmãos de José vieram ao Egito em busca de comida, pois a fome também os afetou. Sem reconhecer José, eles se curvaram diante dele, cumprindo a visão que ele havia tido anos atrás.
O encontro de José com seus irmãos
Após anos de fome, Jacó (também chamado de Israel) enviou seus filhos ao Egito para buscar alimentos, uma vez que o Egito sob o governo de José tinha armazenado alimentos durante os anos de abundância. Os irmãos de José foram nessa missão, exceto Benjamim, o irmão mais jovem, que Jacó não permitiu que fosse.
Quando os irmãos chegaram ao Egito, eles foram até José para comprar grãos, mas não o reconheceram. José, por outro lado, os reconheceu imediatamente, mas decidiu testá-los antes de se revelar. Ele acusou-os de serem espiões e exigiu que retornassem com Benjamim para provar sua história. Enquanto isso, José manteve Simeão como refém.
Os irmãos voltaram para casa e contaram a Jacó sobre a situação. Inicialmente, Jacó estava relutante em enviar Benjamim com eles, temendo que algo ruim pudesse acontecer a ele, assim como tinha acontecido com José. No entanto, a falta de mantimentos os obrigou a retornar ao Egito com Benjamim.
Quando os irmãos retornaram ao Egito com Benjamim, José os convidou para um banquete em sua casa. Ele mostrou favoritismo a Benjamim, dando-lhe porções maiores de comida, o que levou os irmãos a se sentirem desconfortáveis e recordarem a maneira como José havia sido favorecido pelo pai. Apesar disso, eles não reconheceram José como o governador do Egito.
José continuou a testar seus irmãos ao esconder uma taça de prata na mochila de Benjamim. Quando os irmãos estavam prestes a partir, José os acusou de roubo e ameaçou manter Benjamim como escravo. Isso levou a um momento de muita emoção em que Judá, um dos irmãos, se ofereceu para ficar no lugar de Benjamim como escravo, implorando a José que deixasse Benjamim voltar para seu pai idoso, Jacó.
Nesse momento, José não conseguiu mais conter suas emoções e se revelou a seus irmãos. Ele chorou e os tranquilizou, explicando que tudo o que havia acontecido tinha um propósito maior. Ele disse a eles que Deus havia usado a situação para salvar muitas vidas durante os anos de fome.
José então abraçou seus irmãos, e eles foram reconciliados. Ele os enviou de volta para Jacó com presentes e pediu-lhes que trouxessem toda a família para viver no Egito, onde ele lhes proporcionaria prosperidade e cuidado.
Quais foram os sonhos de José e como eles se cumpriram?
José teve dois sonhos significativos, o primeiro sonho que José foi, que ele e seus irmãos estavam amarrando feixes de trigo no campo, e os feixes dos irmãos se curvavam diante do feixe de José. Além disso, ele teve outro sonho em que o sol, a lua e onze estrelas se curvavam a ele.
José contou esses sonhos à seus irmãos e a seu pai, Jacó. Quando os irmãos de José interpretaram esses sonhos como sinal de que José um dia os dominaria, sentiram grande inveja dele. O próprio Jacó também reconheceu o significado dos sonhos, e teve a certeza de que José era um escolhido de Deus, dentre os seus irmãos.
O que representava a túnica de José?
A túnica de muitas cores foi um presente que Jacó deu a José, seu filho preferido com Raquel, sua esposa amada. A Bíblia a descreve como uma túnica especial, ricamente ornamentada e de cores distintas. Essa túnica diferenciava José de seus irmãos e simbolizava o carinho especial que Jacó sentia por ele.
No entanto, a túnica causava ciúmes e grande inveja entre os irmãos de José. Eles sentiram que o favoritismo de Jacó era claro, o que culminava a rivalidade já existente entre os irmãos de mães diferentes. A túnica representava, para eles, não apenas o amor especial do pai por José, mas também uma possível indicação de que José teria um papel superior no futuro.
Morte e sepultamento de José
Após uma vida longa e bem sucedida no Egito, José faleceu aos cento e dez anos de idade. Antes de sua morte, ele expressou sua confiança de que Deus certamente visitaria seus irmãos e os conduziria de volta à terra prometida a Abraão, Isaque e Jacó.
José fez seus irmãos jurarem que, quando Deus os conduzisse de volta a Canaã, eles levariam seus ossos consigo. Isso estava ligado à promessa de Deus a Abraão sobre a terra. José tinha um desejo enorme para ser sepultado em Canaã, como um testemunho de sua fé nas promessas divinas.
Após a morte de José, seu corpo foi embalsamado, como era costume no Egito, e colocado em um caixão. Seus ossos seriam posteriormente levados de volta a Canaã quando os filhos de Israel saíssem do Egito, como parte do Êxodo.
Características de José do Egito
Ao analisarmos o caráter de José, vemos que ele possuía características que servem de grande exemplo aos cristãos de hoje, como integridade, honestidade, responsabilidade, trabalho diligente, ética pessoal e profissional, respeito e obediência aos pais e a Deus. Sendo assim, vamos nos aprofundar em cada uma dessas características peculiares de José.
1. Íntegro e honesto
José é retratado como uma pessoa honesta e íntegra. Ele resistiu às investidas da esposa de Potifar e escolheu permanecer fiel a seus princípios, mesmo que isso lhe tenha custado sua posição e levado à prisão.
2. Possuía o dom de Interpretar Sonhos
José tinha o dom de interpretar sonhos. Ele interpretou os sonhos do copeiro-chefe e do padeiro-chefe do faraó na prisão, bem como os sonhos do próprio faraó sobre a abundância e a fome. Essa habilidade foi um dos fatores-chave que o levaram a posições de destaque.
3. Sábio
Quando se tornou governador do Egito, José demonstrou grande sabedoria na administração dos recursos durante os anos de abundância e na gestão da crise durante os anos de fome. Sua habilidade de planejar e prever cenários desempenhou um papel crucial na sobrevivência do Egito e de muitas outras pessoas.
4. Perseverante
Desde o início, quando vendido como escravo por seus próprios irmãos, José enfrentou inúmeras adversidades. No entanto, ele sempre encontrou uma maneira de superar as dificuldades e progredir, seja no papel de escravo, na prisão ou como governador do Egito.
5. Perdão e Reconciliação
Uma das características mais marcantes de José é sua disposição em perdoar seus irmãos pelo que fizeram. Ele não apenas perdoou, mas também se esforçou para reconciliar-se com eles, demonstrando a capacidade de deixar para trás a amargura e construir um relacionamento saudável.
6. Lealdade Familiar
Apesar das circunstâncias difíceis, José demonstrou uma forte lealdade à sua família. Ele sentiu falta deles e desejou se reunir com eles, o que eventualmente aconteceu quando ele convidou seu pai e irmãos a virem viver no Egito.
7. Elevação Social
A trajetória de José, de um escravo vendido por seus irmãos a um governador poderoso, destaca sua capacidade de se adaptar às circunstâncias e prosperar onde quer que estivesse.
8. Compassivo e generoso
José demonstrou compaixão ao ajudar seus irmãos e outros durante a fome. Ele providenciou alimentos e cuidou de sua família, bem como de outros necessitados, mostrando generosidade em sua posição de autoridade.
9. Obediente aos Pais e a Deus
Desde jovem, José demonstrou respeito por seus pais e por Deus. Ele respeitava e honrava seu pai Jacó, e sua obediência aos sonhos e vontades de Deus foi evidente. Mesmo em momentos difíceis, ele permaneceu fiel aos seus princípios e ao seu Deus.
3 Lições que podemos aprender com José
1. Precisamos aprender a reconhecer as bençãos disfarçadas de provações
A trajetória de José é marcada por desafios, adversidades e momentos difíceis, mas em cada situação complicada, há uma lição profunda sobre como a adversidade pode levar a um propósito maior.
José viveu, uma série de contratempos em sua vida, desde que foi vendido como escravo por seus próprios irmãos até ser injustamente preso no Egito. Cada um desses momentos parecia ser uma provação dolorosa, mas ao olhar retrospectivamente, vemos como esses desafios levaram a oportunidades e bênçãos inesperadas.
Por exemplo, sua venda como escravo o levou ao Egito, onde ele se tornou um alto oficial no corte egípcio. Sua habilidade de interpretar sonhos o levou a uma audiência com o faraó e à posição de governador, o que permitiu que ele salvasse sua família e muitas outras pessoas durante os anos de fome.
O que podemos aprender com essa lição da história e vida de José, é que em meio às dificuldades, haverá oportunidades para crescimento pessoal, amadurecimento espiritual, desenvolvimento de habilidades e alcance de objetivos maiores. As provações podem nos preparar para papéis e responsabilidades que nunca teríamos imaginado.
2. Devemos aguardar o tempo da promessa se cumprir
Essa é mais uma lição fundamental que podemos aprender com a vida de José, a importância de aguardar o cumprimento das promessas, mesmo quando temos que enfrentar obstáculos e adversidades.
Vemos que José recebeu visões e sonhos que prenunciavam um futuro grandioso, incluindo as imagens dos feixes de trigo e estrelas se curvando a ele. No entanto, entre o momento em que essas visões foram reveladas e o momento em que elas se cumpriram, José teve que passar por uma série de desafios.
Durante esses momentos difíceis, José poderia ter perdido a esperança e desistido de suas visões. No entanto, ele permaneceu fiel às promessas de Deus e confiou que, apesar das circunstâncias, o plano divino se cumpriria. Sua fé e paciência foram recompensadas quando ele se tornou governador do Egito.
Essa lição nos ensina que o tempo entre o receptor de uma promessa e seu cumprimento nem sempre é imediato. Às vezes, enfrentamos atrasos, contratempos e períodos de esperas aparentemente intermináveis. No entanto, a história de José nos lembra que, durante esses períodos, é importante manter a fé, ser paciente e confiar que Deus esta agindo nos bastidores, para realizar o que foi prometido. E no tempo certo, Ele te surpreenderá.
3. A verdade prevalecerá mesmo em meio às injustiças e inverdades
A história de José está repleta de exemplos desse princípio. Quando José foi injustamente acusado pela esposa de Potifar e acabou sendo lançado injustamente na prisão, ele manteve sua integridade e confiança em Deus. Sua atitude correta e sua habilidade de interpretar sonhos levaram à interpretação precisa dos sonhos do copeiro-chefe e do padeiro-chefe do faraó, o que eventualmente o levou a ser convocado à presença do faraó.
A interpretação dos sonhos do faraó sobre as sete vacas e as sete espigas tornou-se um ponto crucial em sua trajetória. Esses sonhos e sua interpretação precisaram de alguém com a honestidade e a sabedoria de José. Como resultado, ele se tornou o governador do Egito e pôde executar um plano para salvar o Egito e as nações vizinhas da fome.
Quando seus irmãos vieram ao Egito durante uma fome, eles foram testados e provados por José, que buscava verificar a sinceridade e a mudança de coração deles. Ao final, José se revelou a seus irmãos, demonstrando sua compaixão e perdoando-os pelas ações injustas do passado.
Aqui, aprendemos que, embora injustiças e inverdades possam até tentar obscurecer temporariamente a verdade, ela prevalecera. Deus é um Deus justo e ama a justiça, por isso mesmo que você esteja enfrentando calúnias, difamações eu te convido a olhar para toda a história de José, e ver como Deus trouxe a luz toda a verdade. Portanto, permaneça fiel aos princípios da Palavra de Deus, falando sempre a verdade e combatendo com a mentira e a injustiça, que no tempo certo Deus lhe honrará.
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